O símbolo de uma conquista norte-americana no futebol feminino - JogaMiga

O símbolo de uma conquista norte-americana no futebol feminino

A Copa do Mundo de 1999 dos Estados Unidos ainda traz boas recordações para os amantes do futebol feminino, em especial para os norte-americanos. E eles fazem questão de celebrar e homenagear as jogadoras que fizeram parte do time que conquistou seu segundo título mundial naquele ano.

E mesmo quem nunca acompanhou futebol feminino na vida já deve ter se deparado com a sequência  a seguir: estádio com mais de 90 mil pessoas e muito calor. Na disputa por pênaltis, a última cobrança foi convertida por Brandi Chastain, e a jogadora não sabe para onde correr. Tira a camisa, começa a girá-la e se ajoelha de frente para o gol. Recebe abraços de todas as companheiras. Foi assim que Chastain, camisa 6 da seleção norte-americana celebrou o gol que valeu o título.

Crédito – © Getty Images

A cena é tão marcante na memória dos norte-americanos que, em julho de 2019, ficou imortalizada na frente do estádio onde aconteceu a partida, o Rose Bowl, em Pasadena. A escultura tem Brandi ajoelhada, de top, e ao fundo um painel com todas as jogadoras correndo para a celebração. “Quando me aproximei da marca do pênalti, eu não imaginava o que aquele dia e aquela comemoração poderiam significar”, disse a ex-jogadora ao mostrar a estátua de bronze para o público.

A expectativa para a Copa do Mundo de 1999 era enorme. Os Estados Unidos, logo após o sucesso da edição masculina em 1994, anunciou o interesse em sediar a competição no ano seguinte. Austrália e Chile também estavam na concorrência, mas desistiram antes mesmo do prazo final para inscrições. E somente nesta terceira edição, dezesseis times fizeram parte do mundial. E, sem surpresas, as quatro seleções semifinalistas – que já eram favoritas – foram as primeiras colocadas em seus grupos: Estados Unidos, Brasil, Noruega e China.

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No dia 10 de julho, Brasil e Noruega se enfrentaram pelo terceiro lugar e a vitória só veio nas cobranças de pênalti. 5-4 para a seleção brasileira e a terceira colocação na Copa do Mundo que coroou Sissi como artilheira ao lado da chinesa Sun Wen, com sete gols marcados cada. Wen ficou com a bola de ouro por ter uma assistência no campeonato.

E logo depois dessa disputa de pênaltis, todos os olhos se voltaram para a grande final. Estados Unidos e China disputaram o título para 90.185 espectadores presentes – inclusive o presidente dos EUA, Bill Clinton. E uma estimativa de 40 milhões assistindo pela televisão. Chastain contou que o time não conseguiu fazer o aquecimento pré-jogo. “A Noruega e o Brasil estavam jogando antes da gente. E a partida foi para os pênaltis e, por isso, fizemos nosso aquecimento em uma parte escondida no Rose Bowl. Era indicativo do tipo de equipe que éramos. Não importava o que fosse jogado em nosso caminho, nós iríamos lidar com qualquer coisa”, finalizou a camisa 6. O empate sem gols no tempo normal e na prorrogação estendeu a partida para os pênaltis. Briana Scurry, goleira norte-americana, defendeu o que seria o quinto gol chinês. E dos pés de Brandi, saiu o gol do título.

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A conquista é importante até os dias de hoje para as atletas do país, sejam elas amadoras ou multi-campeãs. “A Copa de 99 foi extremamente especial. Lembro de ir assistir alguns jogos no estádio dos Giants, em Nova Jersey: Estados Unidos vencendo a Dinamarca  e depois Brasil e México (ambos na fase de grupos). Tenho autógrafo de quase todas as jogadoras da seleção e nunca imaginei chegar onde cheguei. Elas pavimentaram este caminho para nós, o que é uma experiência incrível”. declarou Carli Lloyd, vencedora de duas Olimpíadas (2008 e 2012), duas vezes campeã da Copa do Mundo (2015 e 2019).

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