A Escócia tem uma impressionante geração que agora está colhendo seus frutos, com a inédita classificação na Copa do Mundo (em 2017 disputaram a Euro pela primeira vez também). Depois da classificação, uma série de lesões assombrou a equipe, cujas principais jogadoras disputam a WSL inglesa. E a vaga em si só veio na última rodada, com o time vencendo por 2×1 e aproveitando que a Suíça perdeu para a Polônia. Quem treina a equipe é Shelley Kerr, com passagem pelo Arsenal e é a primeira mulher a dirigir uma equipe masculina na Grã-Bretanha, ao assumir o time da Universidade de Stirling.
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A jogadora-chave é Kim Little, do Arsenal, que está em ótima forma após se recuperar de uma perna quebrada. Ela não esteve na última Euro pois estava se recuperando de uma lesão nos ligamentos, mas muito do que joga a equipe passa por seus pés. Além dela, pode-se destacar suas colegas de Arsenal Emma Mitchell, Lisa Evans e em julho Jen Beattie, a jovem Erin Cuthbert (atacante veloz, do Chelsea), Caroline Weir, do Manchester City, Jane Ross, do West Ham, e Rachel Corsie, que lidera a NWSL com o Utah Royals.
No papel, o XI inicial é forte o suficiente para vencer qualquer time. Um desempenho positivo na derrota por 1 x 0 para o atual campeão, os Estados Unidos, em seu amistoso final de 2018, indicava o potencial. Manter os jogadores em forma será vital. Eles não têm a profundidade de seleção dos principais países e isso foi exposto na Holanda. A vitória sobre o Brasil pelo placar mínimo mostra também que são uma seleção bem desenvolvida e difícil de enfrentar.
As primeiras mulheres a jogar futebol na Grã-Bretanha foram as escocesas. Nas Highlands, as casadas jogavam contra as solteiras e os homens assistiam aos jogos para escolher uma noiva. Anos depois, com a guerra, as mulheres que trabalhavam em fábricas montavam seus times e, em 1918, uma multidão de oito mil pessoas assistiu a primeira partida não oficial contra a Inglaterra. Até que a federação escocesa proibiu a modalidade em 1928. A proibição cairia somente em 1974, e nesse meio tempo, duas grandes jogadoras do país, Rose Reilly e Edna Neillis rumaram à Itália, onde havia futebol semiprofissional. Reilly se naturalizou italiana e disputou o Mundialito de 1984. A federação só assumiu a modalidade em 1998.
O principal objetivo da Escócia é avançar no grupo que tem Inglaterra, Argentina e Japão. Difícil, mas não impossível. Dentro do país, o campeonato local não é tão forte como a WSL inglesa, porém os clubes estão começando a se mexer, como o Celtic, que confirmou que montará sua equipe em tempo integral, e o arquirrival Rangers, que prometeu mais investimentos. O governo também fez sua parte e destinou 80 mil libras para que as jogadoras pudessem treinar em tempo integral antes da Copa. Há 12,289 jogadoras registradas, segundo dados da federação.