A DAZN estreou seu novo escritório em São Paulo nesta semana. Para começar com o pé direito, o canal convidou Arthur Elias, treinador do Corinthians, para falar sobre a conquista da Libertadores feminina 2019. A atacante Giovanna Crivelari, autora do primeiro dos dois gols da final, também estava lá para gravar um especial sobre a competição.
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O Joga Miga conversou com a dupla, que contou alguns bastidores da competição, realizada na cidade equatoriana de Quito.
O treinador contou que os primeiros dias foram difíceis, pois as incertezas que tomavam conta do Equador afetaram o cronograma de treinos:
“Esse início de competição realmente foi bastante complicado, por tudo o que se passava no Equador, vários protestos e alguns deles acabavam em violência. E também a capital mudou de Quito para Guayaquil, teve toque de recolher todos os dias, teve dia que foi toque recolher o dia inteiro, e a gente não pôde sair do hotel por dois dias.”
O Equador estava passando por uma grave crise econômica e nem isso fez com que a CONMEBOL cancelasse a competição ou mudasse sua sede – lembrando que, diferente da masculina, a Libertadores feminina tem duração de quinze dias e acontece em uma sede fixa. Elias contou que estavam acompanhando a situação pelas TVs locais e se comunicando a todo momento com a diretoria alvinegra para que, caso necessário, a delegação voltasse ao Brasil:
“Nosso primeiro jogo foi adiado. Então a gente foi antes para tentar se adaptar, se preparar, treinar melhor para a estreia e todo o planejamento realmente foi atrapalhado por essas questões. A gente entendeu o contexto todo, nos preocupamos e o clube inclusive estava vendo situações para a gente retornar o Brasil se não houvesse garantia de segurança.”
Já a atacante Crivelari apresentou seu ponto de vista sobre como foi difícil se preparar tendo alguns dias a menos na preparação por causa da crise:
“A gente deixou de fazer uns três treinos no campo e até mesmo no estádio de jogo [o Corinthians jogou no Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito]. A gente teve que perder dias de treino e ficar dentro do hotel fazendo só academia. Mas no fim, depois que saiu o primeiro jogo, tudo se acalmou e deu certo.”
Apesar da crise e dos protestos, o treinador não deixou de ressaltar o carinho do povo equatoriano para com a delegação, a quem é muito grato:
“As pessoas nos trataram muito bem diante de tantas preocupações que estavam acontecendo, tiveram muita atenção com a gente, os funcionários dos hotéis, também as pessoas do Centro de Treinamento que utilizamos. Todos eles foram de uma cordialidade excelente e de uma atenção bastante carinhosa nesse momento. Foi um prazer conhecer o Equador e, obviamente, vencer a Libertadores lá.”