Por trás da timidez, Lucy Bronze mostra o fino do futebol inglês - JogaMiga

Por trás da timidez, Lucy Bronze mostra o fino do futebol inglês

Claramente sem jeito por meio de um vídeo, Lucy Bronze recebeu o prêmio de melhor jogadora da Europa pela UEFA. Para sua “sorte”, a premiação aconteceu durante o período que servia a seleção da Inglaterra. E, mais uma vez, a inglesa terá que colocar a timidez de lado. Ao lado de Megan Rapinoe e Alex Morgan, Lucy está entre as três melhores jogadoras em 2019 na eleição da FIFA. Entre tantas goleadoras e estrelas, o destaque para uma lateral direita/meio-campo ao receber tantas indicações representa muito para o futebol feminino e para a modalidade em si. 

Há dois anos no elenco do Lyon, Bronze tem uma leitura de jogo impressionante e sabe exatamente com quem contar. Com um elenco invejável, a jogadora é peça fundamental na equipe. Faz a defesa movimentar com Griedge Mbock, trabalha boas jogadas pelo meio ao lado de Henry and Marozsan e ainda serve atacantes como Hegerberg e Nikita Parris. Parece trabalho fácil, né? Não se engane… 

Antes de atuar pela equipe francesa, Bronze teve passagens pelo Sunderland, Everton, Liverpool e Manchester City – e sim, até hoje torcedores sentem aquela saudade da lateral. Pelos dois últimos times ingleses, ela conquistou o Professional Footballers’ Association (PFA) Women’s Players’ Player of the Year. E antes de sua carreira no futebol inglês, a atleta também venceu um título da NCAA nos Estados Unidos, atuando pela Universidade da Carolina do Norte, em 2009.

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Lucy na Seleção

Por onde passou, conquistou títulos. Mas ainda falta uma grande conquista pela seleção inglesa. Os terceiro (2015) e quarto (2019) lugares na Copa do Mundo ainda não foram suficiente pela qualidade do elenco. A última conquista foi no torneio SheBelieves, no início do ano, após a vitória sobre os Estados Unidos. 

Na Inglaterra, Bronze precisa se acostumar a atuar como meia, a pedido do técnico Phil Neville. O comandante inglês acredita que é um risco que vale a pena correr não tê-la na lateral. “Este risco pode nos levar aonde queremos chegar e ser uma equipe melhor. Pep Guardiola fez isso com Philip Lahm [no Bayern de Munique]. Mesmo sendo um dos melhores zagueiros, arriscou e o colocou no meio-campo”, profetizou o comandante à BBC

Lucy é bem clara ao dizer que não se sente confortável, mas que está disposta à essa alteração de posição. “No meio-campo me sinto desconfortável. Pode não funcionar –  e posso ser uma terrível meio-campo – mas é um desafio que estou ansiosa”, disse a jogadora. 

Durante Copa do Mundo da França, a jogadora sempre foi o centro das atenções quando as Lionesses estavam em campo. Na fase de grupos, a seleção venceu as três partidas – Argentina, Escócia e Japão – e com facilidade bateu Camarões nas oitavas. Já na fase seguinte, a Noruega foi o time abatido. Lucy Bronze fez um golaço de fora da área após cruzamento de Beth Mead e foi eleita a jogadora da partida. Nas semis, encontrou os Estados Unidos e no famoso jogo da comemoração da xícara de chá, as inglesas perderam por 2×1. 

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Premiações

Longe de ser o tipo de jogadora que atrai os holofotes fora de campo, Bronze conta com inúmeras premiações individuais. E ela faz questão de manter os pés no chão quanto a isso “Não estou em busca de prêmios para mim, ou ser a melhor na Europa. Quero ganhar títulos para meu clube e para minha seleção. Ser a primeira jogadora da Inglaterra a ganhar o prêmio europeu (UEFA) é mais importante do que ser para mim. Isso mostra que o futebol inglês está crescendo e melhorando”, disse Lucy ao The Guardian

Ela pode até dizer que não é lá grande merecedora da premiação, mas a diferença de pontos na eleição para suas adversárias e companheiras de clube foi notável – 32 e 44 pontos a mais que Ada Hegerberg e Amandine Henry, respectivamente. 

Bronze também foi pioneira na premiação da BBC Women’s Footballer of the Year em 2018. Desde a criação do prêmio, em 2015, ela foi a única jogadora inglesa – até hoje – a ser indicada e vencer a premiação. Ela deixou para trás Lieke Martens e Sam Kerr. 

Impecável

Aos 27 anos e atuando em duas posições em momentos diferentes, Lucy tem o reconhecimento de suas companheiras e ex-companheiras de clube. Sempre dedicada, forte fisicamente e praticamente incansável, a atleta se destaca. “As pernas dela fazem o que ela quer mesmo!”, contou Georgia Stanway, que atua no City e ao lado de Bronze na seleção. 

Como inspiração, Lucy Bronze destaca sua companheira Dzsenifer Marozsán e Alex Scott, sua precedente na seleção da Inglaterra. “Ela me levou a ser uma jogadora muito melhor”, finalizou.

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