Depois de levantar a taça na Copa do Mundo da França, a seleção americana começa a mostrar o que vem por aí para o próximo ciclo. Já sabemos que Jill Ellis não será mais a técnica. E agora também sabemos quem será a pessoa que vai escolher a próxima comandante do time: Kate Markgraf.
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Ela é ex-zagueira da seleção dos EUA, três vezes medalhista olímpica (2000, 2004, 2008) e campeã mundial em 1999. Nos últimos anos, Kate trabalhou como repórter e comentarista de futebol na ESPN. Ela foi a primeira mulher da TV americana a comentar uma grande competição de futebol masculino, a Eurocopa de 2016.
Kate será a General Manager do futebol feminino americano, cargo criado recentemente e que ela será a primeira a ocupar. Suas funções incluem: escolher a substituta de Jill Ellis, comandar o bem sucedido programa da seleção feminina adulta dos EUA e o duro desafio de melhorar a estrutura e os resultados da base das meninas americanas.
Por onde começar?
Quando todos estão olhando para as campeãs mundiais, claro que o maior desafio imediato será encontrar a substituta de Jill Ellis. Em 2020 temos Olimpíadas, e os EUA precisa se recuperar após o resultado péssimo no Rio de Janeiro. Quem será que Kate irá escolher? Alguns nomes falados até o momento são Paul Riley, técnico do North Carolina Courage; Laura Harvey, técnica do Utah Royals; Jitka Klimková, gerente de futebol da seleção sub-20 dos EUA. A nova manager já falou que prefere escolher uma mulher e Laura Harvey parece estar na frente nessa disputa.
E a base vem como?
Os principais nomes da seleção adulta já estão com mais de 30 anos, é o caso de Rapinoe, Morgan, Heath, Christen Press, Carly Lloyd, Sauerbrunn. Como começar uma renovação? Olhando para a base. Mas aí mora o problema: tanto o sub-20 quanto o sub-17 dos EUA vem de péssimos resultados nos últimos mundiais, sendo eliminadas ainda na fase de grupos. E se você pensa que é só no Brasil que a base está sem técnico, não é bem assim: dos 7 times de base do programa feminino dos EUA, 6 estão sem técnico (sub 14, 16, 17, 18, 19 e 20).
Os EUA privilegiam jogadoras físicas ao talento individual, jogam em grupo e os olheiros dão preferência a jogadoras fortes e de grupo até nas observações para seleções de base. E, justamente por isso, acabam deixando para trás atletas mais técnicas e tidas como frágeis, como Rose LaVelle, que só foi chamada pela primeira vez aos 18 anos, não sendo aproveitada pelo sub-17, por exemplo. Será por isso que os times de base estão perdendo capacidade de decisão? Será que isso vai impactar a seleção adulta em breve? Essas respostas ainda não existem, mas é Kate quem deve buscá-las para alimentar o programa “Vision 2027”: um projeto para sediar e ganhar a Copa do Mundo Feminina de 2027 dentro de casa, como em 1999.
Agora é a hora de Kate Markgraf mostrar serviço e deixar sua marca, porque o mundo inteiro já está observando os passos da mulher mais poderosa do futebol feminino.