Quem é a mulher por trás do mito Formiga? Quais são seus medos, seus sonhos e sua história? Essa é a premissa da diretora e roteirista Taís Amordivino para construir o projeto do documentário “Miraildes Mota, a lendária Formiga”, que está em processo de desenvolvimento e deve ser lançado em 2021.
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Formiga é a história viva do futebol brasileiro: foi duas vezes prata nas Olimpíadas e uma vez vice-campeã mundial com a Seleção Brasileira. Formiga foi em, 2019 a jogadora mais velha a entrar em campo em uma Copa do Mundo. Também durante o Mundial da França, no ano passado, Miraildes Maciel da Mota tornou-se a atleta a disputar mais Copas: 7 ao todo.
Hoje, com 42 anos, Formiga está longe de parar. Só neste ano conquistou o vice-campeonato da Champions Lague com o PSG, clube que ocupa a primeira posição do Campeonato Francês.
Para além da lenda
Mas o objetivo de Taís é ir bem além das estatísticas e dos recordes: “Eu quero que o mundo conheça a pessoa humana por trás dos rótulos. É essa Miraildes que eu quero mostrar”.
Assim como Formiga, Taís é natural de Salvador e jogou futebol durante toda sua infância: “Eu era uma menina preta, periférica e com tranças nagô na cabeça, assim como a Formiga. Mesmo antes de saber o que é o racismo e ser consciente de todas as questões raciais, ver uma mulher preta jogando e sendo mostrada na televisão – ainda que poucas vezes – era algo que me impressionava muito e me inspirava”, conta a diretora.
Mesmo depois de parar de jogar, Amordivino continuou sendo fã da meio-campista. No cinema essa admiração encontrou seu espaço: “Para mim, a Formiga continua sem seu devido reconhecimento. Existe aí um histórico de apagamento racial desse corpo preto. Então eu enxerguei uma urgência em contar a história dela para além do mito e para além dos rótulos”, diz Taís.
O documentário “Miraildes Mota, a Lendária Formiga” é uma produção do Janela do Mundo com direção e roteiro de Taís Amordivino.