Após uma vitória por 2×1 contra o Bahia em Salvador, o Botafogo chegou à final do Campeonato Brasileiro A-2. As botafoguenses vão disputar a final contra o Napoli, de Santa Catarina.
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Mas mesmo antes de disputar a final, as jogadoras já fizeram história: o time já conquistou o ascenso e jogará a primeira divisão na temporada de 2021. O feito chama atenção por dois fatores, o primeiro, é a rapidez do resultado: o Botafogo só montou uma equipe de mulheres em março de 2019, quando passou a valer a regra da CBF que obriga os times da primeira divisão masculina a manterem um time feminino.
O segundo é a capacidade do time de ter consistência em um ambiente de crise. Isso porque o Botafogo não tem uma situação econômica favorável: a dívida do clube é de aproximadamente 900 milhões de reais. Além disso, a equipe masculina, responsável por boa parte da receita de premiações e direitos de TV, está hoje em último lugar no Brasileirão, com 98% de chances de cair para a série B.
Outro problema, mas este também um desafio para todas as equipes, foi a COVID-19. Além das atletas contaminadas e dos treinamento interrompidos, as cariocas sofreram com a ausência do campeonato estadual em 2020.
“O Campeonato Estadual é muito importante para trabalharmos coisas que ainda precisam se encaixar com o time, mas o trabalho online, feito durante o isolamento social, nos ajudou bastante e fez com que as atletas continuassem focadas no nosso objetivo principal, que era o acesso. Por mais que tenha feito falta, conseguimos bons resultados e agora almejamos o título do Brasileirão A2”, afima a coordenadora de futebol feminino, Rose de Sá
Sem tantos recursos financeiros e com uma equipe tão recente, qual o segredo do vitorioso Botafogo de mulheres? Segundo a coordenadora, a chave do sucesso está no planejamento:
“Nós tínhamos um planejamento bem elaborado e buscamos bons profissionais para trabalharem conosco, a partir daí, conseguimos trazer atletas de qualidade e comprometidas com esse objetivo. Para dar certo, foi necessária muita transparência entre diretoria, comissão e atletas”.
Sobre a crise econômica, Rose explica que hoje ainda dependem da receita do time masculino, mas que esta realidade não está longe de mudar:
“O investimento de caixa único ainda não é possível e dependemos da ajuda financeira oriunda do futebol masculino. Mas com o resultado de muito trabalho, temos conseguido atrair patrocinadores, como o Fogão Gastronômico, a BellaTour, o Mundo Maromba e agora, a chegada da Centrum. Esperamos que, em breve, tenhamos uma receita própria”
Para 2021, o clube já está se reforçando e nesta semana anunciou um reforço: a meia Cris, que estava no São Paulo
“É importante sempre termos os pés no chão, trabalharmos dentro das nossas possibilidades e melhorando o que for necessário. Sabemos que vai ser necessário um aumento nos investimentos para a disputa da série A1, mas nossos principais objetivos são nos mantermos na elite do futebol feminino e o título do campeonato carioca. E para 2022, podemos sonhar!”, conta a coordenadora.