A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sorteou, no último dia 17, o chaveamento da Supercopa Feminina de 2023. De acordo com os critérios de definição, os oito clubes classificados para a competição estão entre os doze melhores colocados do Campeonato Brasileiro de 2022, limitados a um clube por estado, e os quatro melhores colocados do Campeonato Brasileiro A-2 de 2022.
Os confrontos eliminatórios acontecerão em jogo único e a primeira rodada está marcada para o dia 5 de fevereiro. As semifinais estão previstas para o dia 8 e a grande final para o dia 12 do mesmo mês. Os mandantes foram definidos de acordo com a federação mais bem ranqueada.
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A competição foi criada no ano passado, com o objetivo de ampliar o calendário do futebol feminino no país e incentivar a modalidade. Diferentemente da Supercopa jogada pelos homens, que conta com apenas um jogo entre os campeões do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, a Supercopa Feminina, ainda que um torneio curto, engloba algumas das principais equipes nacionais.
A final do ano passado foi protagonizada pelas equipes do Corinthians e do Grêmio, com o time paulista levando a taça pelo resultado de 1×0.
As competições e os clubes femininos têm conquistado, por meio de décadas de luta, cada vez mais visibilidade e, consequentemente, mais patrocínio. Com a Supercopa não é diferente: desde o ano passado a Betano adquiriu o naming rights da competição, que passou a se chamar Supercopa Feminina Betano.
Entretanto, mesmo com outras 13 marcas patrocinando o evento e divulgando suas identidades em jogos e entrevistas, não houve premiação em dinheiro para as vencedoras. Enquanto a competição masculina contou com 5 milhões para o campeão Atlético-MG, 2 milhões para o vice-campeão Flamengo e um carro avaliado em 150 mil para o atacante Hulk, eleito craque da partida, as atletas de Corinthians e Grêmio ganharam apenas medalhas e troféus.
A jogadora do Corinthians Gabi Zanotti, craque da final e marcadora do gol da vitória aos 48 minutos do segundo tempo, se posicionou em suas redes sociais a respeito da diferença: “Na Supercopa não teve premiação. A premiação foram 50 medalhas e um troféu. É preciso apoiar de uma maneira diferente, é preciso pensar em premiação. Não ter nenhuma premiação para o futebol feminino em 2022 é inadmissível“.
É incontestável que a competição foi um sucesso midiático. Com transmissões na TV aberta, 46 milhões de pessoas acompanharam o torneio, segundo dados da Kantar IBOPE Media. Ainda assim, clubes como Flamengo, Esmac, Internacional e Grêmio, participantes em 2022, relataram prejuízo em suas participações no campeonato.
A casa de apostas Betano continua como principal apoiador financeiro da competição esse ano. E mesmo após a definição dos confrontos, a CBF ainda não divulgou a premiação do torneio. É indispensável que haja incentivo aos times para que a modalidade se desenvolva cada vez mais, principalmente depois de tanto tempo de tentativas de apagamento da história do futebol de mulheres.
Desse modo, o financiamento dos projetos é fundamental, seja por parte dos clubes, seja por parte das federações e confederações, seja por parte da iniciativa privada. Cobremos a devida valorização do futebol e dos outros esportes praticados por mulheres.
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