A She Believes Cup e o que esperar do Brasil na Copa - JogaMiga

A She Believes Cup e o que esperar do Brasil na Copa

As capitãs Houghton e Marta antes da bola rolar entre Brasil x Inglaterra

Entre os dias 27 de fevereiro e cinco de março, os EUA aproveitaram a data FIFA e sediaram a quarta edição da She Believes Cup, torneio amistoso anual que conta com quatro seleções, sendo as donas da casa uma delas, claro. Na edição 2019 as seleções convidadas foram: Brasil, Inglaterra e Japão, todas confirmadas na próxima Copa do Mundo FIFA, na França, que começa em sete de junho.

Para esta competição, Vadão levou as seguintes atletas (clique aqui para conferir). Ao olhar a lista, a primeira constatação: a tão sonhada renovação não está acontecendo. Ao levar os mesmos nomes de sempre, o treinador mostrou que não acompanha a cena do futebol feminino dentro e fora do país. Em campo, um show de horrores: 2×1 para a Inglaterra (de virada!), 3×1 para o Japão e 1×0 para os EUA.

Pior que os resultados, só mesmo a forma de jogar: um 4-2-4 obsoleto, insistindo em jogadoras que não possuem condições de vestir a amarelinha, além da própria escalação em si, deixando a torcida chocada com a falta de versatilidade do treinador. Voltando rapidamente no tempo, Emily Lima deixou a seleção com um histórico interessante: em 13 jogos, foram sete vitórias, um empate e cinco derrotas – com direito a um sonoro 6×1 da Austrália.

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Com as três derrotas na competição, Vadão chega a marca de sete derrotas nos últimos sete jogos. Na SBC a diferença foi gritante: a Inglaterra (que está com Phil Neville há cerca de um ano), mesclando juventude e experiência, apesar de não ter mostrado o melhor dos jogos, tinha um estilo ofensivo, preenchendo os espaços no meio-campo e sólido na defesa, não à toa elas faturaram o título este ano.

Marta tentando fazer milagre durante jogo contra os EUA. Imagem: Divulgação

Já Asako Takakura, do Japão, radicalizou e não levou nenhum medalhão. Nomes consagrados como Aya Miyama, Saki Kumagai e Yukari Kinga, campeãs mundiais em 2011, ficaram de fora, dando oportunidade às jovens das seleções sub-17 e sub-20. Apesar da falta de entrosamento óbvio, o time apostou na velocidade para chegar na área, se aproveitando também do fato de que nossas laterais são fracas. Por fim, as donas da casa não estão passando por uma renovação, porém a camisa dos EUA ainda enverga varal e só não golearam o Brasil por pura incompetência e preguiça – isso porque, na combinação de resultados das duas primeiras rodadas, os EUA (dois empates) só levariam a taça se Japão x Inglaterra acabasse em empate (cada um tinha um empate e uma vitória), o que não aconteceu. Vitória das Lionesses por 3×0.

Daqui a menos de cem dias vai começar a Copa do Mundo FIFA e Vadão está mais perdido que cego em tiroteio. Ele procura versatilidade nas jogadoras, mas não consegue encontrar uma lateral decente, chegando ao absurdo de escalar Andressa Alves (atacante do Barcelona) na lateral. Quem acompanha a modalidade sabe que, dentro de campo, o Brasil não vai muito longe na competição, o que vai em contrapartida dos anúncios de que a maior emissora do país vai transmitir os jogos na TV aberta e a fornecedora de material esportivo está fazendo algumas ações para promover a equipe.

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O problema mais grave está fora das quatro linhas. O assunto não é mais a questão financeira – continua sendo importante, mas há outras urgências agora – é apenas e tão somente a permanência do Vadão, da comissão técnica e da diretoria. Simplesmente não dá mais. Marco Aurélio Cunha trouxe benefícios, mas hoje ele está acabando com o time. Permanecer com Vadão é dar um tiro no pé, é fazer com que aquele que não conhece a modalidade continue com seu pensamento clichê e quem conhece e apoia se questione como é possível alguém querer destruir um produto que, principalmente na Europa, está sendo bem vendido. Por muito menos (dez meses) Emily Lima foi dispensada da seleção.

O Brasil está no grupo C da copa, com a estreante Jamaica, a emergente Itália e a consolidada Austrália.

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