Corinthians x América de Cali
Diante do Corinthians, o favorito da competição, o América de Cali fez um jogo duríssimo. Na primeira fase do torneio, as Diablas Rojas conseguiram segurar muito o ímpeto de ataque do Corinthians, obrigando o time a usar os recursos de bola parada para conseguir marcar seus gols. O reencontro das duas equipes foi eletrizante na semifinal. Sabendo da dificuldade, o América de Cali se segurou de todas as formas, deixando duas atletas adiantadas para atrapalhar a saída de bola na defesa alvinegra e chegando a abdicar do meio campo para ajudar a recompor a defesa na zaga muitas vezes. Foi o tipo de jogo em que dizemos que o time entrou com a “faca nos dentes”. Pareciam ter estudado muito bem o Corinthians e suas jogadas, souberam marcar bem as meias do Timão evitando assim uma construção de jogada que pudesse levar risco ao gol escarlate. Ainda assim, no segundo tempo, Tamires, a capitã do time alvinegro, conseguiu um chute fortíssimo de fora da área e abriu o placar: 1×0 para o Corinthians.
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Com o resultado em mãos até os minutos finais da partida, o Corinthians insistia num jogo franco, tentando um novo gol, com a bola sendo rifada de um lado a outro do campo. Mas as jogadoras do América de Cali não entraram no jogo para desistir e, aos 92 minutos, a atacante venezuelana Joemar Guarecuco recebeu um passe vindo de uma disputa de bola com duas atletas do Corinthians, que se originou de um chute direto da zaga rubra, e deu um chute espetacular direto para o fundo das redes alvinegras. Estava ali desenhada uma nova página na história do América de Cali que conseguiu carregar o jogo para os pênaltis.
Com duas defesas, incluindo a última e decisiva, foi nas mãos da goleira Tapia, das Diablas Rojas, que a classificação inédita para a final da competição continental veio. Ao fim de um jogo emocionante, as jogadoras desabaram em campo num choro de felicidade que traduziu melhor que tudo a força de vontade e determinação do América de Cali.
Universidad de Chile x Ferroviária
A classificação da Ferrinha veio através de uma combinação de resultados específica que deixou a equipe em segundo lugar em seu grupo. Na fase de grupos, a campeã brasileira de 2019 sofreu uma derrota para o Libertad-Limpeño por 4×0 e teve um empate contra o Peñarol. Em seu último jogo, contra a La U, as guerreiras grenás aplicaram uma goleada de 4×1 e o gol da classificação veio dos pés de Rafa Mineira, aos 43 minutos do segundo tempo. Este gol tirou o Libertad-Limpeño da segunda posição pelo critério de desempate em gols feitos, pois o time paraguaio tinha um gol a menos.
Com um elenco reformulado e a troca de técnica, o destino da Ferroviária ainda era incerto nessa Libertadores. Se por um lado havia a força da camisa e reforços de muita qualidade somados ao elenco, por outro o pouco tempo que a técnica Lindsay teve para treinar a equipe e trabalhar o entrosamento era um fator a ser considerado.
Do lado de lá, a La U era tratada pela imprensa chilena como uma das equipes favoritas ao título continental. Além de uma campanha invicta no campeonato nacional, perdendo somente a final e o fato de ser a única equipe 100% profissional do país, a Universidad de Chile liderou seu grupo e encontrou sua derrota justamente no confronto direto com a equipe de Araraquara.
Num jogo bem disputado e com muitos gols perdidos, as Leonas da La U chegaram a ter a chance de ouro num pênalti desperdiçado pela meio-campista Lopez. A Ferrinha também criou bastante volume de jogo, com ótimas chances de gol que escaparam no detalhe. A partida terminou em 0x0 e se encaminhou para os pênaltis.
A sequência das penalidades máximas foi difícil. Foram 2 cobranças defendidas pela goleira Campos e 3 cobranças defendidas pela goleira Luciana, da Ferroviária. E, como na outra chave da semi, foi nas mãos da goleira que a vaga chegou. A defesa final e decisiva de Luciana garantiu a Ferrinha em mais uma final de Libertadores da América. Na base da persistência e superação, a obstinada equipe da Ferroviária sob o comando da técnica Lindsay foi do inferno ao céu muitas vezes na competição e agora encara de frente o América de Cali na decisão do campeonato.
A final da Libertadores Feminina 2020 será disputada no domingo, 21 de março, às 19h45 com transmissão pelo Facebook Conmebol Libertadores.