No dia 25 de junho, a FIFA anunciou a candidatura dupla de Austrália e Nova Zelândia como vencedora da votação para sede da Copa do Mundo de futebol feminino em 2023. Após a desistência do Brasil e do Japão, a dobradinha da Oceania venceu a candidatura da Colômbia.
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Segundo o relatório da FIFA a Austrália/Nova Zelândia apresentou uma proposta mais sólida que do país sul-americano. A Colômbia, de acordo com a entidade, cumpriu os requisitos mínimos para sediar a Copa, mas precisaria de mais investimento e apoio para estar realmente pronta para receber a competição.
Será a primeira vez que a Copa vai ser disputada em um país do hemisfério sul. Também a primeira vez que será disputada em dois países de duas federações diferentes: a Austrália está inscrita na Confederação Asiática de Futebol, enquanto que a Nova Zelândia pertence à Confederação da Oceania.
Mas porque os países da Oceania estariam mais preparados? O que suas federações têm a ganhar com essa escolha? O que podemos esperar da próxima Copa?
Preparo dos países
A Copa de 2023 será realizada em 13 estádios de 12 cidades diferentes (sete na Austrália e cinco na Nova Zelândia). Um dos motivos apontados pela FIFA para a escolha destas sedes foi justamente o fato de que todos os estádios já estavam prontos.
Essa não é a primeira vez que os dois países tentam sediar um evento FIFA. Em 2010 Austrália encaminhou sua candidatura dupla para sediar a Copa de futebol masculino de 2022, mas foram eliminados na primeiro turno.
Durante esses 10 anos os países continuaram investindo na infraestrutura e um dos pontos que podem ter sidos decisivos para escolha foi a análise de que sua candidatura seria a mais comercialmente lucrativa.
Além disso a conduta dos países, sobretudo da Nova Zelândia, no combate ao Coronavírus foi outro ponto essencial para a vitória. A Nova Zelândia conseguiu zerar a transmissão da doença no país e a Austrália tem uma média de 20 novos casos por dia, um número considerado mínimo para um país com 25 milhões de habitantes.
Histórico das Federações
O futebol não é o esporte mais popular nos dois países, e sim o Rugby (inclusive, antes da Copa de futebol, a Nova Zelândia vai sediar o mundial de rugby em 2021). Contudo, o esporte bretão está crescendo por lá. Na Austrália, várias jogadoras como Sam Kerr (Chelsea) e Allie Carpenter (Lyon) estão assinando com times das principais ligas do mundo.
Hoje, a seleção australiana está na 7ª colocação no ranking da FIFA. As australianas já chegaram três vezes às quartas de final da Copa do Mundo feminina (2007, 2011 e 2015).
Além disso, outro fato chama a atenção para as “Matildas”: Em fevereiro deste ano, a Federação de Futebol da Austrália (FFA) fechou um acordo com o sindicato dos jogadores, Professional Footballers Austrália (PFA) estabelecendo divisão igual das receitas para o time feminino e masculino. Na prática, as duas seleções terão o mesmo investimento por parte da federação.
Já o histórico da seleção neozelandesa é bem mais modesto: é a 23ª seleção do ranking e participou apenas de 5 das 8 edições do mundial, sempre sendo eliminada na primeira fase.
O que esperar da próxima Copa
A Copa da França de 2019 foi a mais lucrativa e a mais assistida da história. Agora, 2023 tem o objetivo de bater essa meta. Mas a tarefa não será fácil. Entre os países candidatos, a dupla escolhida é o país que terá menor impacto econômico gerado pela pandemia. Então a expectativa é que haja um grande investimento.
Para os torcedores brasileiros um dos problemas será o fuso-horário. São 14 horas de diferença entre o horário de Brasília e o de Sidney. Uma partida disputada ao meio-dia em Melbourne, por exemplo, será transmitida às 2 horas da manhã no Brasil.